22 setembro 2013
09 setembro 2013
Nem toda história de livro é tão bom ou bonito quanto a capa.
Era de uma beleza descabível a qualquer padrão.
Lembro-me da primeira vez que o vi, e quando o revejo relembro, também, da reação mais escabrosa, estranha e medonha que eu já tive. Chorei. Chorei de felicidade. E gargalhei. Fazia os dois ao mesmo tempo: chorava e gargalhava, ou chorava de tanto gargalhar?
Depois do almoço, e antes de voltar ao escritório, eu fazia uma pausa para o meu cigarro, como é de costume. Um dia então, o avistei pelas câmeras de segurança do condomínio, enquanto ele descia de elevador. Observei, analisei e encarei o máximo que pude depois que ele saiu do elevador, e descobri nele o cheiro mais desolador do mundo, um cheiro de maldade, com doçura, falta de proteção e abandono. Vi que ele tinha os olhos tristes como o de uma criança que vende bala no transito em dia de chuva. Me encabulei com tamanha falta de ar que ele me causou.
Algumas semanas depois recebi um convite para almoçarmos juntos. O porteiro havia me informado, que conforme o “patrão” mandou, caso eu aceitasse, que esperasse ele meio dia na porta do prédio. E segui todas as instruções, passo a passo, como “mandará”.
Ele não me contou nada sobre si. Apenas perguntava. E eu, como uma mulher submissa e indefesa só respondia. Ele era tão divertido e encantador, que até a mais “máscula” de todas as mulheres, se renderia ao seu charme sobrenatural. Veio então, ao final do almoço agradabilíssimo, o convite para jantarmos juntos na sexta-feira , e que sairíamos do serviço direto para o local.
Então, chegou sexta-feira.
Onde ele passava não me deixava duvidas do quanto era bonito. Passeava entre as mesas jogando o seu charme pra quem quer que olhasse. Até a mais senhora, que estava posta a 2 mesas a nossa direita, esteve boquiaberta durante todo o jantar com os seus familiares.
No final do jantar disse a ele que tomaria um taxi, mas como o cavalheirismo era o seu forte, não me deixou tomar tal atitude prometendo me deixar em casa sã e salva.
No meio do caminho, percebi que ele estava tomando um caminho estranho e oposto ao que nos levaria até a minha casa, mas deixei que ele decidisse, porque o que mais queria no momento era que ele me levasse embora daquele mundo e me fizesse chegar bem perto do céu a noite inteira.
Ele estacionou o carro no meio de um matagal, e me disse que pegaríamos uma trilha, que poderíamos aproveitar a luz da lua que estava forte e iluminando bem o caminho. Topei.
Paramos em cima de uma pedra, e víamos somente arvores, e a lua. Era a coisa mais romântica que eu já tinha visto. Parecia cena de filme. E filme dos bons. Então, ele se abriu. Como uma flor mesmo. De repente. E chorou. Me dizia com riqueza de detalhes o quanto sofreu com o pai que era alcoólatra. O quanto foi difícil aceitar o casamento de sua mãe com seu padrasto. E que ele, com 32 anos, já era viúvo.
Me encantei com a sinceridade de suas palavras, e da facilidade com que ele me dizia sobre a sua vida. Emprestei meu colo para suas lagrimas, e os meus ouvidos para sua lamuria. Me apaixonei. E então entendi que a vida não era justa com a sua beleza, e que, o que o fazia lindo era toda as suas rugas de tristeza e decepção.
Nos afastamos depois disso. Agora são apenas “oi” no corredor da portaria.
Depois dessa noite cheia de remições, entendi que lhe dar com a beleza extraordinária dele seria de mais para o meu coraçãozinho, e sua carência, de mais pra minha paciência, mas não deixei de perder o ar ao vê-lo passar.
Lembro-me da primeira vez que o vi, e quando o revejo relembro, também, da reação mais escabrosa, estranha e medonha que eu já tive. Chorei. Chorei de felicidade. E gargalhei. Fazia os dois ao mesmo tempo: chorava e gargalhava, ou chorava de tanto gargalhar?
Depois do almoço, e antes de voltar ao escritório, eu fazia uma pausa para o meu cigarro, como é de costume. Um dia então, o avistei pelas câmeras de segurança do condomínio, enquanto ele descia de elevador. Observei, analisei e encarei o máximo que pude depois que ele saiu do elevador, e descobri nele o cheiro mais desolador do mundo, um cheiro de maldade, com doçura, falta de proteção e abandono. Vi que ele tinha os olhos tristes como o de uma criança que vende bala no transito em dia de chuva. Me encabulei com tamanha falta de ar que ele me causou.
Algumas semanas depois recebi um convite para almoçarmos juntos. O porteiro havia me informado, que conforme o “patrão” mandou, caso eu aceitasse, que esperasse ele meio dia na porta do prédio. E segui todas as instruções, passo a passo, como “mandará”.
Ele não me contou nada sobre si. Apenas perguntava. E eu, como uma mulher submissa e indefesa só respondia. Ele era tão divertido e encantador, que até a mais “máscula” de todas as mulheres, se renderia ao seu charme sobrenatural. Veio então, ao final do almoço agradabilíssimo, o convite para jantarmos juntos na sexta-feira , e que sairíamos do serviço direto para o local.
Então, chegou sexta-feira.
Onde ele passava não me deixava duvidas do quanto era bonito. Passeava entre as mesas jogando o seu charme pra quem quer que olhasse. Até a mais senhora, que estava posta a 2 mesas a nossa direita, esteve boquiaberta durante todo o jantar com os seus familiares.
No final do jantar disse a ele que tomaria um taxi, mas como o cavalheirismo era o seu forte, não me deixou tomar tal atitude prometendo me deixar em casa sã e salva.
No meio do caminho, percebi que ele estava tomando um caminho estranho e oposto ao que nos levaria até a minha casa, mas deixei que ele decidisse, porque o que mais queria no momento era que ele me levasse embora daquele mundo e me fizesse chegar bem perto do céu a noite inteira.
Ele estacionou o carro no meio de um matagal, e me disse que pegaríamos uma trilha, que poderíamos aproveitar a luz da lua que estava forte e iluminando bem o caminho. Topei.
Paramos em cima de uma pedra, e víamos somente arvores, e a lua. Era a coisa mais romântica que eu já tinha visto. Parecia cena de filme. E filme dos bons. Então, ele se abriu. Como uma flor mesmo. De repente. E chorou. Me dizia com riqueza de detalhes o quanto sofreu com o pai que era alcoólatra. O quanto foi difícil aceitar o casamento de sua mãe com seu padrasto. E que ele, com 32 anos, já era viúvo.
Me encantei com a sinceridade de suas palavras, e da facilidade com que ele me dizia sobre a sua vida. Emprestei meu colo para suas lagrimas, e os meus ouvidos para sua lamuria. Me apaixonei. E então entendi que a vida não era justa com a sua beleza, e que, o que o fazia lindo era toda as suas rugas de tristeza e decepção.
Nos afastamos depois disso. Agora são apenas “oi” no corredor da portaria.
Depois dessa noite cheia de remições, entendi que lhe dar com a beleza extraordinária dele seria de mais para o meu coraçãozinho, e sua carência, de mais pra minha paciência, mas não deixei de perder o ar ao vê-lo passar.
21 agosto 2013
de dentro
Ela era a verdade nua e crua, porém, tão crua, que confundida com crueldade, feriu quem não devia. Ou deveria?
Queria ser livre. Sentiu desejo de verdade. Arriscou. Ao contrário do que pensou, ao invés de correntes, vieram as más linguas, e o olhos tampados.
As feridas inflamadas, latejantes, que viviam em carne viva, se expeliam da sua alma pela boca, dedos, coração. Escreveu. Pensou. Gritou. Ninguém ouviu. Todo som era abafado pelo barulho de evolução da cidade.
Ela não era só raiva. Não. Ela gostava também de sentir o gosto doce da alegria. E sentia. Em todo o momento. Sempre estava feliz. Achava que era invisível. Sabia das infinidades do mundo e traçava metas para futuras descobertas. Ela se expôs. Ninguém enxergou.
Descobriu como ser livre. Ignorou as más linguas e envenenou a própria. Abusou do soro da verdade, que mais tarde descobriu, era a transparência da sua alma. Magoas. Independente. Ela aprendeu a viver. Leve. Ela vivia leve. Tinha que tomar cuidado para não voar.
Missão cumprida.
E morreu.
Feliz!
Queria ser livre. Sentiu desejo de verdade. Arriscou. Ao contrário do que pensou, ao invés de correntes, vieram as más linguas, e o olhos tampados.
As feridas inflamadas, latejantes, que viviam em carne viva, se expeliam da sua alma pela boca, dedos, coração. Escreveu. Pensou. Gritou. Ninguém ouviu. Todo som era abafado pelo barulho de evolução da cidade.
Ela não era só raiva. Não. Ela gostava também de sentir o gosto doce da alegria. E sentia. Em todo o momento. Sempre estava feliz. Achava que era invisível. Sabia das infinidades do mundo e traçava metas para futuras descobertas. Ela se expôs. Ninguém enxergou.
Descobriu como ser livre. Ignorou as más linguas e envenenou a própria. Abusou do soro da verdade, que mais tarde descobriu, era a transparência da sua alma. Magoas. Independente. Ela aprendeu a viver. Leve. Ela vivia leve. Tinha que tomar cuidado para não voar.
Missão cumprida.
E morreu.
Feliz!
20 agosto 2013
É mal de Rafael.
Ele era tão lindo quanto aqueles galãs de novela. Alguém que
parecia impossível pra mim. Tinha os olhos verdes, o cabelo cor tipo “caiçara”,
embora seus fios fossem como seda, e me fazia suspirar toda vez que usava uma
jaqueta sem mangas azul e sua calça bege.
Os seus dentes me lembravam comercial de pasta de dente. Um branco incrível e difícil de acreditar que existisse além das imagens que passam na televisão, e propaganda de consultório odontológico.
Ele trabalhava no mesmo grupo de funcionários que eu. Era arquiteto, enquanto eu, uma simples e humilde auxiliar do administrativo.
Foi na parte da manhã, na cozinha, o primeiro contato.
“Oi”, ele disse. Eu emudeci, corei. Ele, só sorrisos. Acho que percebeu meu nervosismo.
Desde então, todas as vezes que me encontro sozinha na cozinha, por muito tempo, sempre vem ele, com sua xicarazinha pegar o seu café, e faz tudo no sigilo. Não se ouve seus passos no corredor, e quando notam sua falta, ele aparece de volta, com sua xicarazinha em punho, cheio do seu café amargo, e aquele sorriso de quem nunca apronta nada.
Os dias se seguiam. Ele entrava na cozinha, eu fugia. Ele olhava, eu encarava. Ele era cordial, e eu chorava de tanta lindeza num homem só.
Apaixonei.
Mas desapaixonei no mesmo instante em que o famoso ‘Jão’ (paquera da “hora do cigarro” a mais ou menos 1 ano, primeiro olhar, primeiro sorriso, português, lindo e com bom gosto musical) voltou de suas férias.
Ficou esquecido.
Era só mais um L-impossível (mistura de lindo com impossível).
Vivemos felizes para sempre.
Os seus dentes me lembravam comercial de pasta de dente. Um branco incrível e difícil de acreditar que existisse além das imagens que passam na televisão, e propaganda de consultório odontológico.
Ele trabalhava no mesmo grupo de funcionários que eu. Era arquiteto, enquanto eu, uma simples e humilde auxiliar do administrativo.
Foi na parte da manhã, na cozinha, o primeiro contato.
“Oi”, ele disse. Eu emudeci, corei. Ele, só sorrisos. Acho que percebeu meu nervosismo.
Desde então, todas as vezes que me encontro sozinha na cozinha, por muito tempo, sempre vem ele, com sua xicarazinha pegar o seu café, e faz tudo no sigilo. Não se ouve seus passos no corredor, e quando notam sua falta, ele aparece de volta, com sua xicarazinha em punho, cheio do seu café amargo, e aquele sorriso de quem nunca apronta nada.
Os dias se seguiam. Ele entrava na cozinha, eu fugia. Ele olhava, eu encarava. Ele era cordial, e eu chorava de tanta lindeza num homem só.
Apaixonei.
Mas desapaixonei no mesmo instante em que o famoso ‘Jão’ (paquera da “hora do cigarro” a mais ou menos 1 ano, primeiro olhar, primeiro sorriso, português, lindo e com bom gosto musical) voltou de suas férias.
Ficou esquecido.
Era só mais um L-impossível (mistura de lindo com impossível).
Vivemos felizes para sempre.
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