21 agosto 2013

de dentro

Ela era a verdade nua e crua, porém, tão crua, que confundida com crueldade, feriu quem não devia. Ou deveria?
Queria ser livre. Sentiu desejo de verdade. Arriscou. Ao contrário do que pensou, ao invés de correntes, vieram as más linguas, e o olhos tampados.
As feridas inflamadas, latejantes, que viviam em carne viva, se expeliam da sua alma pela boca, dedos, coração. Escreveu. Pensou. Gritou. Ninguém ouviu. Todo som era abafado pelo barulho de evolução da cidade.
Ela não era só raiva. Não. Ela gostava também de sentir o gosto doce da alegria. E sentia. Em todo o momento. Sempre estava feliz. Achava que era invisível. Sabia das infinidades do mundo e traçava metas para futuras descobertas. Ela se expôs. Ninguém enxergou.
Descobriu como ser livre. Ignorou as más linguas e envenenou a própria. Abusou do soro da verdade, que mais tarde descobriu, era a transparência da sua alma. Magoas. Independente. Ela aprendeu a viver. Leve. Ela vivia leve. Tinha que tomar cuidado para não voar.
Missão cumprida.
E morreu.
Feliz!

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